Conheça Bracara Augusta, hoje
conhecida por Braga, uma das cidades mais jovens e vibrantes do país, mas
também a mais antiga, com 2.000 anos de história!
Descubra a Sé Catedral mais
antiga de Portugal, com o surpreendente órgão de tubos barroco no seu interior.
Passeie pelas movimentadas ruas comerciais do Centro Histórico, enquanto
descobre o legado romano. Encontre ruinas visitáveis por toda a cidade e alguns
dos edifícios barrocos mais impressionantes de Portugal.
1. Balneários Pré-Romanos de Bracara, na Estação de Comboios
Este Balneário Pré-Romano, destinado a rituais de banho turco, foi identificado em 2003 durante trabalhos arqueológicos realizados pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, no âmbito das obras de remodelação da estação ferroviária. Consiste num forno, uma sauna a vapor e uma sala intermediária com bancos corridos, cuja parte preservada foi integrada ao edifício atual da estação ferroviária. No local, há informações sobre o funcionamento e o uso do banho, para que possa ser visitado gratuitamente e durante o horário de funcionamento da Estação de Comboios.
2. Muralha Romana e Rua da Violinha
Esta rua liga o Largo da Praça
Velha e a Rua D. Paio Mendes. O nome desta rua resulta de uma possível
alteração, pelo uso popular do nome "vielinha". Durante algum tempo,
foi popularmente conhecida como a rua das galinheiras, uma vez que os antigos
moradores da rua criavam galos, galinhas e perus. Há quem diga que o nome atual
da rua está relacionado com a produção dos populares cavaquinhos, que se fazia
nalgumas casas da rua. O que sabemos é que é a rua mais estreita da cidade e
que os bracarenses têm um carinho especial por ela.
3. Sé Catedral de Braga
A Sé Catedral de Braga foi a
primeira catedral portuguesa, erguida várias décadas antes da fundação do país.
Começou a ser construída no final do século XI, foi consagrada e dedicada à
Virgem Maria pelo Bispo D. Pedro, em 1089, e é o ex-libris da cidade. O Conde
Henrique e a Condessa Teresa, pais do primeiro rei de Portugal, D. Afonso
Henriques, estão sepultados aqui, na Capela dos Reis. Os historiadores
acreditam que a catedral foi construída no topo de um antigo templo romano.
Vale a pena dar a volta à
Catedral para ver a peculiar figura de Nossa Senhora do Leite, uma réplica da
original, que se encontra no Museu do Tesouro da Sé de Braga e que também poderá
visitar. Esta figura está relacionada com o culto a figuras associadas à
abundância, à magia, à natureza e à maternidade, conhecidas dos Bracaros, o que
se confirma com a associação deste mesmo local à Deusa Isis.
4. Casa Romana, nas Frigideiras do Cantinho
Em 1996, no âmbito da última
remodelação do edifício das Frigideiras do Cantinho – onde se vendem os homónimos
folhados minhotos, de carne picada – foram encontradas estruturas pertencentes
a uma casa romana, datadas dos séculos III a V. As ruínas revelam que existia aí
um compartimento aquecido por sistema de hipocaustos com colunas, banhos
privativos, como tantas outras identificadas na Bracara Augusta. As ruínas são
preservadas in situ, pelo que é possível
vê-las através de um pavimento de vidro no interior do estabelecimento.
5. Largo de Santiago e Marco Miliário
Neste largo, encontramos um
monumento com o formato de um marco miliário. Os marcos romanos foram colocados
nas estradas romanas em intervalos de cerca de 1480 metros, e inscreviam o
número de milhas relativas a essa estrada, contendo também a distância ao fórum
romano e outras informações sobre a sua construção. A distância foi medida
pelos passos dados pelos exércitos romanos. Cada mil passos duplos foram
marcados com um marco. Podemos ver vários exemplares destes marcos miliários no
museu D. Diogo de Sousa, também na cidade de Braga.
6. Domus Romana do Largo de São Paulo
Em 1998, foram identificadas várias
paredes romanas. O posicionamento das muralhas na cidade romana permite-nos
saber que foram integradas num bloco residencial, por fazerem parte de uma
domus (uma casa de família). As características da construção e o facto de
algumas delas cobrirem o espaço da rua permitiram perceber que as estruturas
pertenceram a dois momentos distintos de ocupação. As paredes mais antigas
datam do séc. I e II (Fase I), em vários espaços associados ao quadrante
noroeste da casa, alguns dos quais provavelmente corresponderiam a lojas que se
abriam para um pórtico. Tal como noutras domus mais conhecidas da cidade, o
espaço do pórtico parece ter sido construído no século IV, depois do qual se
expandiu a habitação, o que já ocorreu no século V / VI (Fase II).
7. Domus da Escola Velha da Sé
Entre 1998 e 2003, no âmbito de
um projeto promovido pela Câmara Municipal de Braga, efetuou-se uma intervenção
com o objetivo de reformular o interior arquitetónico do edifício da Antiga
Escola. Durante as escavações identificaram-se vestígios de parte de uma casa
romana, bem como estruturas associadas ao sistema defensivo medieval da cidade
de Braga. A interpretação dos vestígios arqueológicos levou-nos a saber que a
casa romana (domus) teve a sua origem no século I, sofrendo profundas
alterações entre o século III e o início do século IV. Nessa altura, passou a
dispor de um balneário privativo, novos compartimentos e corredores, que foram
revestidos com mosaicos de composição geométrica. O espaço atual é um Museu Arqueológico,
dotado de meios interativos para receber visitantes e contar a história da
evolução arquitetónica do local, que vale a pena visitar.
8. Termas Romanas do Alto da Cividade
Descobertas numa intervenção
arqueológica conduzida pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho,
entre 1977 e 1999, as termas romanas situam-se numa grande área vedada. A
interpretação dos vestígios a que se referem permite afirmar que o edifício foi
construído no início do século II dC e que apresentava uma forma retangular,
com cerca de 40m de comprimento por 12m de largura. Dentro dele, havia vários
compartimentos frios e quentes que permitiam aos visitantes moverem-se entre os
espaços frios e aquecidos. A Oeste, está localizado um espaço destinado à
prática de exercícios físicos.
Em 1999, foram identificados no
mesmo terreno vestígios arqueológicos relativos a um teatro (ainda não
totalmente escavado), nas zonas norte do edifício termal, cuja construção deve
ter ocorrido em simultâneo com a dos banhos termais, estando assim a eles
associada. No espaço arqueológico do "Alto da Cividade" é atualmente
possível visitar os vestígios arqueológicos das termas romanas e a sua área de
receção pública está equipada com um dispositivo interativo que permite ao
visitante perceber a evolução do edifício e as suas funções dos seus vários
espaços.
9. Fórum Romano
Nas antigas cidades romanas, os fóruns eram um espaço aberto rodeado por edifícios públicos, que serviam como ponto de encontro e que poderão ter sido uma readaptação da ágora grega. Eixo central do urbanismo em qualquer cidade de fundação romana, o fórum foi também um local de mercado, de cerimônias religiosas e dos atos cívicos mais importantes de qualquer cidade.
Classificado como Monumento Nacional desde 1910, a Fonte do Ídolo é um santuário rupestre, dedicado a um deus local chamado Tongoenabiago, associado aos cursos de água. O monumento, que sobreviveu até aos dias de hoje, pode ser visitado na Rua do Raio, através de visita guiada, num contexto que concilia a história e a arqueologia.
Gostou de conhecer um pouco do legado romano desta cidade com mais de 2000 anos de história? Há muito mais para descobrir, entre marcas do romano, do barroco e edifícios contemporâneos. Não pode perder a visita a uma das cidades mais belas de Portugal e recentemente eleita Melhor Destino Europeu 2021!