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Aldeias Históricas: 12 Tesouros a Descobrir (Parte I)

Categoria: Enogastronómico, Escapadela de Fim de Semana, Escapadela Romântica, Histórico, Natureza, Qualquer Tipo de Viagem

Deixe-se transportar ao Portugal Medieval, aos Descobrimentos, à Restauração, às Invasões Francesas ou até à pré-história. São 12 as Aldeias Históricas de Portugal e estão localizadas na Beira portuguesa, uma região repleta de valores naturais, cultura e história. Com proximidade da Serra da Marofa, da Gardunha, do Parque Natural da Serra da Estrela e da Reserva Natural da Malcata, as Aldeias Históricas revelam paisagens únicas que convidam a passeios a pé, de bicicleta ou de automóvel.

Feitas de granito e xisto, as aldeias históricas conservam histórias de conquistas, tradições antigas e deslumbram pelas paisagens e património. Visite os centros históricos e o seu património religioso, arquitetura popular, palácios e casas senhoriais, castelos, muralhas e fossos, pelourinhos, prisões e casas de câmara. Aproveite, também, para provar alguns dos mais característicos produtos regionais, tais como os queijos, o vinho, o cabrito, o borrego, os enchidos e o azeite.

Poderá ainda percorrer a Grande Rota das Aldeias Históricas de Portugal (GR22), que liga as 12 Aldeias Históricas de Portugal num percurso de cerca de 600 km de extensão, e 15 percursos de Pequenas Rotas (PR), de cerca de 6 a 20 km, que levam o viajante pelos mágicos recantos das aldeias e espaços naturais circundantes.


Almeida

Situada num vasto planalto sobre o Rio Côa, Almeida foi uma das mais importantes praças-forte de Portugal e, vista do ar, parece uma estrela de 12 pontas. Com ocupação humana desde o Paleolítico, foi durante o período árabe que surgiu o seu topónimo, Al Mêda (a Mesa), Talmeyda ou Almeydan, aludindo, possivelmente, à sua localização num planalto.

Almeida desempenhou um papel importantíssimo na defesa militar da fronteira desde os primeiros anos da independência de Portugal devido ao seu posicionamento estratégico geográfico, uma vez que se situa num planalto a cerca de 12 kms da linha de fronteira com Espanha, definida pelo Tratado de Alcanizes em 1297, data em que Almeida passou a posse portuguesa. No interior da fortaleza hexagonal em estrela, que foi palco de lutas e batalhas ao longo dos séculos,  vale a pena percorrer o conjunto harmonioso do casario e visitar os principais monumentos e locais do centro histórico: Portas de São Francisco, Quartel das Esquadras, Igreja da Misericórdia, Corpo da Guarda, Casa dos Governadores, Torre do Relógio, Ruínas do Castelo, Picadeiro D'El Rey, Praça Alta, Casa da Roda dos Expostos e Casamatas.


Belmonte

A vila de Belmonte está implantada na margem esquerda do rio Zêzere, em plena Cova da Beira, no sopé da Serra da Estrela. A Anta de Caria, os Castros de Caria e da Chandeirinha comprovam que a presença humana no concelho de Belmonte remonta aos tempos da pré e proto-história. Também a presença romana é evidente em edifícios como a Torre Centum Cellas ou a Villa da Quinta da Fórnea. 

Segundo a tradição, o nome Belmonte provém do lugar onde a Vila se ergue - monte belo ou belo monte, no entanto, há quem lhe atribua a origem de “belli monte” – monte de guerra. Em Belmonte, merece destaque a tradição judaica que se vive até aos dias de hoje. Um édito real de D. Manuel I, publicado em 1496, obrigava os não cristãos (judeus e muçulmanos) a sair do país ou a converter-se ao cristianismo. Em Belmonte manteve-se um grupo de criptojudeus que se isolou na povoação e manteve, secretamente, os costumes básicos do Judaísmo até ao presente. 

Belmonte é um lugar de inestimável valor histórico para o nosso país. Em Belmonte, não deixe de visitar: O Castelo; Museu dos Descobrimentos; Museu Judaico; Ecomuseu do Zêzere; Museu do Azeite; a Vila romana da Fórnea; Torre Centum Cellas; Judiaria de Belmonte e a Igreja de Santiago e Panteão dos Cabrais.


Castelo Mendo

Castelo Mendo situa-se num morro, na margem esquerda do rio Côa, a cerca de oitocentos metros de altitude. A ocupação desta paisagem de grande beleza, recua à Idade do Bronze, havendo vestígios de um povoado romano no perímetro urbano. A aldeia é constituída por dois núcleos muralhados, a Cidadela e a Barbacã, de épocas construtivas diferentes. A Cidadela corresponde ao burgo velho, formado após o foral de D. Sancho II e o burgo novo, ou Arrabalde de S. Pedro, é protegido por uma muralha dionisina. Quando o Tratado de Alcanizes estabeleceu em definitivo as fronteiras do reino, a aldeia foi perdendo a sua importância.

Ao passear pelas ruas de Castelo Mendo, poderá apreciar a traça antiga que esta aldeia medieval ainda conserva e não deixe visitar o Castelo, as Ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Castelo, o Posto de Turismo/ Museu dos Sentidos, as igrejas de São Vicente e de São Pedro, o Pelourinho, a Porta da Vila, as Casas Manuelinas na Rua do Forno e o “Mendo” e a “Menda” no edifício da Antiga Domus Municipalis.


Castelo Novo

Em plena Serra da Gardunha, numa paisagem em anfiteatro natural, a aldeia de Castelo Novo envolve-nos pelo som da água que irrompe das fontes e nos leva a percorrer o casario, a calçada e as praças em tons de cinza que se harmonizam com os tons verdes da paisagem em redor. 

A aldeia de Castelo Novo constitui um núcleo urbano de origens muito remotas, com vestígios de ocupação no Neo-Calcolítico. Ligada aos primórdios da nacionalidade, foi inicialmente referenciada com a sua designação atual em documentação de inícios do século XIII, quando terá passado a integrar os domínios da ordem templária. A organização do povoado desenvolveu-se à sombra do castelo, cuja estrutura gótica resulta de uma intervenção no reinado de D. Dinis e o seu traçado apresenta ainda uma estrutura de ocupação predominantemente medieval. O aglomerado urbano, de ruas estreitas e sinuosas, integra, para além do castelo, diversos imóveis de grande interesse histórico e patrimonial, incluindo estruturas da época manuelina e barroca. Alguns exemplos, são o conjunto arquitetónico da Casa da Câmara, Cadeia e Pelourinho, os chafarizes de D. João V e da Bica e a Igreja de Nossa Senhora da Graça. Excelentes exemplares de arquitetura residencial constituem, entre outras, as casas de São Mateus, da família Falcão ou dos Gamboas. 

No panorama da arquitetura religiosa salientam-se a Capela de Santo António, a Capela do Senhor da Misericórdia, a Igreja da Misericórdia e a Igreja Matriz. Vale a pena visitar também o Castelo, o Cabeço da Forca, o Pelourinho, a Lagariça, o Núcleo Museológico de Castelo Novo, instalado na antiga Casa da Câmara e ainda a belíssima Praia fluvial de Castelo Novo. 


Castelo Rodrigo

A aldeia de Castelo Rodrigo está situada numa elevação de 820 metros, onde se pode vislumbrar a Serra da Marofa, a vila de Figueira de Castelo Rodrigo e uma vasta paisagem que chega até à vizinha Espanha.

A aldeia foi ocupada desde tempos remotos: foi Castro Vetão, mais tarde ocupado pelos romanos e existem também referências à presença de mouros. Depois da campanha em que as tropas cristãs reconquistaram o território de Riba-Côa aos Muçulmanos, o rei Leonês Fernando II mandou repovoar esta região e poucos anos depois, Afonso IX, atribuiu foral. O Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, de fundação cisterciense do séc. XII, é um importante testemunho da preocupação com a reorganização e povoamento desta área na época da Reconquista. 

Castelo Rodrigo é um espaço monumental que mantém a característica traça medieval. Não deixe de visitar os monumentos que acrescenta, valor ao património histórico, entre os quais são de destacar as velhas muralhas, as ruínas do Palácio de Cristóvão de Moura, o Pelourinho, a Igreja Matriz, o Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, a Cisterna e os vestígios que atestam a presença de uma importante comunidade de cristãos-novos. Percorra ainda a Serra da Marofa e as histórias da Via Sacra, um conjunto de capelinhas evocativas dos Mistérios do Rosário, até alcançar o Cristo Rei da Marofa, sendo este ponto um magnífico Miradouro sobre a região.


Idanha-a-Velha

A pequena aldeia de Idanha-a-Velha, situada nas margens do rio Ponsul, impõe-se pela beleza e antiguidade. A sucessão de ocupações de diferentes povos legaram a Idanha-a-Velha um valioso património histórico, fazendo desta aldeia, um lugar de realce no contexto das estações arqueológicas do país, pelo notável conjunto de ruínas que conserva.

Idanha-a-Velha mantém vestígios de diversas épocas que evidenciam uma grande permanência civilizacional. Percorra as ruas desta belíssima aldeia e aproveite para conhecer a Porta Norte e o troço de muralha associado, o Pelourinho, a Igreja Matriz (antiga Misericórdia), a Igreja de Santa Maria (Sé Catedral), o Forno comunitário, o Lagar de Varas, o Arquivo Epigráfico e a Torre dos Templários, erguida sobre o pódio do templo principal da praça pública da cidade romana, o Fórum.

Aproveite ainda para conhecer as Capelas de São Sebastião, do Espírito Santo e de São Dâmaso, esta última encontra-se num terreiro sobranceiro ao rio e a apenas alguns metros, poderá admirar a Ponte Velha, uma ponte de origem romana sobre o Ponsul.

Esta magnífica rota liga as 12 Aldeias Históricas de Portugal em mais de 600 km de extensão, num percurso circular, que envolve alguns dos mais belos parques naturais e reservas de Portugal, classificadas como Património Mundial da UNESCO: o Parque Natural do Douro Internacional e Parque Arqueológico do Vale do Côa, o Parque Natural do Tejo Internacional, e o Parque Natural da Serra da Estrela, cuja candidatura a Geopark Mundial foi recentemente aprovada pela UNESCO.

Além destes territórios UNESCO, a GR22 integra ainda outros parques e reservas naturais, como a Paisagem Protegida da Serra do Açor, Reserva Natural da Serra da Malcata, Área Protegida Privada da Faia Brava e Paisagem Protegida da Serra da Gardunha. Veja a segunda parte deste artigo para conhecer as restantes 6 Aldeias!


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